A cultura do grupo: como o Neuromarketing explica a fidelidade dos consumidores

A cultura do grupo: como o Neuromarketing explica a fidelidade dos consumidores

“Esta é uma homenagem aos loucos. Aos inadaptados. Aos rebeldes. Aos desordeiros. Às fichas redondas nos buracos quadrados. Aos que enxergam as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras e não sentem nenhum respeito pelo statu quo. Você pode cita-los, discordar deles ou vilaniza-los. O único que você não pode fazer é ignora-los, porque eles irão mudar as coisas. São os que fazem avançar o gênero humano. Ainda que alguns os vejam como loucos, nós vemos seu gênio, porque as pessoas que estão suficientemente loucas para pensar que podem mudar o mundo… são quem os mudam” – Steve Jobs, Think Different (1997).

Do lançamento do Apple I ao surgimento de um iPortfólfio super cobiçado, Steve Jobs percorreu um longo caminho recheado por erros e acertos, cujo resultado foi a segunda marca mais valiosa do mundo (segundo o ranking de 2016 – WPP/Millward Bronw). Deixando de lado as intrigas entre IOS e Android, é inquestionável que a Apple fez história lançando tendências e popularizando tecnologias e que seus produtos deixam de ser simples eletroeletrônicos, quando levamos em consideração o seu papel como fator de status para a grande maioria dos consumidores.

Ainda nos dias de hoje, a Apple continua intrigando e encantando profissionais de Marketing e os passos de Steve Jobs servem como lição para muitas empresas. Por mais que outras marcas ofereçam produtos similares ou mesmo com mais recursos e preços mais atrativos, é muito comum ouvir que: “esse produto até é bom, mas não é Apple…”. A pergunta que resta é, qual será o “feitiço” de Steve Jobs? Qual o real diferencial de um produto da Apple, e o que faz com que seus consumidores se tornem tão fiéis à marca?

Um dos motivos pode ser explicado por testes realizados há 40 anos pelo psicólogo Henri Tafjel, que deram origem a teoria da identidade social. Esta teoria explica que o ser humano tem uma grande predisposição a formar e ser extremamente leais a grupos e que parte da nossa identidade acaba sendo construída com base nos membros que fazem parte dos nossos círculos sociais.

De modo geral, o cérebro foi moldado para garantir nossa sobrevivência em um mundo hostil, com ameaças a todo instante e viver em grupo foi uma das alternativas de maior sucesso no que diz respeito à nossa sobrevivência. Sendo assim nosso cérebro foi “programado” para desejar estar sempre em um grupo e o sentimento de pertencimento acaba gerando emoções e sentimentos prazerosos. Por isso, esse pertencimento é tão buscado pelas pessoas, mesmo que de maneira inconsciente.

Voltando ao sucesso da Apple, as marcas que conseguem transmitir aos seus consumidores essa sensação de pertencimento a determinado grupo acabam fazendo muito sucesso. Se você consegue criar uma identidade ao redor da sua marca que seja forte o suficiente para sustentar “um grupo” e se os seus consumidores sentem que fazem parte desse grupo, parabéns, sua marca tem chances de dar certo! Podemos dizer que a cultura da marca é a cultura do grupo. Consumidores que defendem uma marca como Apple estão reunidos como nos velhos tempos dos bandos, tribos e clãs.

Levando em consideração a teoria da identidade social, a pergunta que todas as empresas deveriam fazer é: será que eu dou oportunidade para que meus clientes se sintam inseridos em um grupo distinto? Minha marca consegue transmitir valores que mantenham consumidores unidos pela mesma identidade? Responder a essa pergunta pode ser um grande diferencial para uma empresa imprimir corretamente sua marca.

Criado com base no artigo Revealed: How Steve Jobs Turns Customers into Fanatics de www.neurosciencemarketing.com

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