A felicidade do consumidor está no inconsciente!

A felicidade do consumidor está no inconsciente!

O que te faz feliz? Esta pergunta até parece inofensiva, mas quando paramos para pensar sobre ela, percebemos que seu conteúdo é capaz de gerar horas de reflexão. E como eu adoro um assunto que nos faz pensar bastante, vamos entrar em um ponto mais específico e mais subjetivo da percepção humana: a felicidade, pode ser?

Discutir sobre este tema é, de uma maneira geral, bastante complexo, e ao longo das próximas semanas eu vou te contar sobre as diferentes visões e maneiras pelas quais os seres humanos já tentaram entender o que é a felicidade e como buscaram, sem sucesso, estabelecer uma forma de alcança-la plenamente – afinal, é o que todos queremos, não é mesmo?!

Já parou para pensar se é possível calcular a felicidade? Nas últimas décadas, diversos cientistas, psicólogos e psiquiatras aceitaram o desafio de tentar mensurar e estudar cientificamente o que torna as pessoas felizes. Seriam as posses materiais? A família, casamento? Talvez algum fator genético? Bem, o primeiro passo na verdade é estabelecer exatamente o que seria medido.

happy

A felicidade é frequentemente definida como “bem-estar subjetivo”. De acordo com essa definição, felicidade é algo que sentimos internamente, uma sensação imediata de prazer ou um contentamento perene em relação a forma como vivemos nossas próprias vidas. Mas como algo que é um bem-estar subjetivo e abstrato pode ser mensurado de maneira objetiva? A proposta de diversos grupos de pesquisa é  que podemos simplesmente perguntar às pessoas, através de questionários específicos, o quanto algo faz com que elas experimentem essa sensação de bem-estar. Parece bem simples, né? Mas a verdade é que a elaboração desses questionários é super complexa, e em algumas vezes, a maneira como as respostas são computadas e calculadas também é.

Um típico questionário sobre bem-estar subjetivo pede para os voluntários avaliarem numa escala de 0 a 10, ou de 0 a 5, o quanto concordam ou discordam de certas afirmações como “Sinto que a vida é satisfatória”, “Sinto-me satisfeito com minha aparência”, “Sou otimista em relação ao futuro” e por aí vai. Esses questionários objetivam, de maneira geral, estabelecer uma correlação entre felicidade e diversos fatores objetivos.

Através de instrumentos como esse, acredita-se que é possível comparar como certas diferenças objetivas nas condições de vida de diferentes grupos são capazes de impactar o quão felizes essas pessoas se sentem. Foi a partir da aplicação de questionários como esses que descobrimos que dinheiro realmente pode trazer alguma felicidade, que o nosso estado de saúde impacta sim na nossa noção de bem-estar subjetivo, e que fazer parte de uma família coesa e de um grupo social de suporte podem ter mais impacto do que as condições financeiras e de saúde juntas.

No entanto, uma das mais importantes descobertas obtidas através do desenvolvimento dessas pesquisas , talvez seja justamente uma de suas limitações. A felicidade não depende unicamente de condições objetivas como a riqueza, saúde ou mesmo comunidade. Em vez disso, depende justamente da correlação entre condições objetivas e expectativas subjetivas. Como assim? Vou te explicar: Aquilo que te faz feliz é geralmente aquilo que você objetiva individualmente e não um fator comum à sociedade!

Vou te dar um exemplo através de uma situação que li em um livro: se tudo que você quer conseguir é uma carroça e você consegue uma, você certamente vai ficar satisfeito, feliz. Mas se o que você gostaria de ganhar é um carro esportivo de luxo, e tudo que você consegue é um carro popular usado, é provável que você se sinta bastante insatisfeito (mesmo que um carro popular usado seja melhor do que uma carroça. Nossa noção de felicidade depende necessariamente das nossas expectativas individuais).

Talvez você me diga que não seria necessário questionários para entendermos que a felicidade é algo que dificilmente pode ser associada à um fator objetivo isolado, mas quando o assunto é ciência, encontrarmos evidências para o que estamos estudando é sempre essencial.

Já parou pra pensar que a metodologia escolhida para entender a relação entre bem-estar subjetivo ou felicidade e fatores mais objetivos da vida não seja a melhor alternativa? Já  que a maior parte do nosso processamento cerebral é implícito, ou seja, boa parte dele se passa num âmbito inconsciente, a barreira de tradução entre o que realmente sentimos “por dentro” e o que dizemos sentir é muito maior do que podemos imaginar. A velha história da teoria do iceberg…

Talvez não seja realmente possível calcular a felicidade da maneira que imaginamos, mas aqui na Forebrain nós já conhecemos muito bem diversas metodologias que exploram exatamente o que se passa implicitamente em na mente dos consumidores.

Já pensou se você pudesse entender como funciona o inconsciente do consumidor? Soa como uma caça ao tesouro, não é? Então dá uma olhada no nosso site porque nós temos o mapa para chegar lá 😉

A felicidade do consumidor está no inconsciente!